OBRAS
Escreveu dois livros autobiográficos, “Eu, mulher da vida” e “Filha, mãe, avó e puta”.
No texto de Gabriela não há espaço para vitimização. No primeiro livro a autora discorre como se tornou prostituta inicialmente na Boca do Lixo, em São Paulo-SP, mais tarde em Belo Horizonte - MG e seu enraizamento no Rio de Janeiro. Ao longo da narrativa, a Otilia vai se tornando Gabriela: revela o mundo não tão colorido que encontrou, a relação por vezes conflituosa com o cafetão, a dificuldade para não se envolver com drogas, o preconceito da sociedade. Para ela, o principal motivo que realmente a fez adotar a profissão foi o fato de necessitar, desde sempre, de liberdade. Reconhecia na profissão uma espécie de liberdade dentro dos papéis que as mulheres podem desempenhar. Humaniza e feminiliza a prostituta no seu cotidiano, como uma mulher que ama e tem ciúmes e ao mesmo tempo apresenta a ética desse universo profissional .
O segundo livro levou três anos escrevendo: sua vida e suas relações familiares, desde que saiu da periferia do Jabaquara, seu início na prostituição do baixo meretrício, o começo do seu ativismo. Relata como foi a criação da Ong Davida, a participação na elaboração da Daspu hoje reconhecidas internacionalmente pelo trabalho irreverente e conceitual na luta contra o preconceito e a discriminação de uma profissão. “Filha, mãe, avó e puta” tem uma divisão que Gabriela chamou dos ‘dez mandamentos da prostituição’ , falando de forma direta sobre a rotina de uma prostituta, bem como dos tabus e fetiches que povoam o imaginário coletivo em torno do tema. Aborda da repulsa ao orgasmo com a mesma naturalidade.
PEÇA DE TEATRO:
Filha, mãe, avó e puta :Uma Entrevista (2011-2012)
Gabriela Leite com adaptação de Márcia Zanelatto
Direção: Guilherme Leme
Elenco: Alexia Dechamps e Louri Santos